sexta-feira, 27 de abril de 2007

Porque não inovar?

Imaginem um escola pública, que atenda a toda a sociedade, aplicando um sistema de ensino consagrado em um dos países com a educação mais diciplinada do mundo.

Criado há 51 anos no Japão, o método de ensino Kumon, revoluciona a arte de aprender em várias partes do mundo.


Ao contrário do que se imagina, Kumon não é aulas de reforço escolar para crianças em dificuldade.
O Kumon nasceu em 1954, no Japão, do desejo de um pai em preparar o filho para o futuro. O professor de matemática Toru Kumon elaborou exercícios de cálculos para seu filho Takeshi, que havia tirado uma nota ruim na escola e este em pouco tempo, teve seu desempenho notado por todos, inclusive pelos pais das outras crianças, que optaram por aplicar o método com seus filhos também.

Cinqüenta e um anos depois, as escolas com o método Kumon, está em 25 mil unidades em 44 países, totalizando 3,8 milhões de alunos. No Brasil, já são 2.100 unidades espalhadas por todo país, com mais de 135 mil alunos (85.177 em matemática; 43.075 em português; 4.220 em japonês e 3.047 em inglês).


O método
O principal objetivo do Kumon é desenvolver a autonomia (independência) e o autodidatismo em seus alunos. Para realizar esse objetivo, contam com um material didático auto-instrutivo e um sistema de ensino muito especial - o ensino individualizado, onde cada aluno tem um programa de estudo desenvolvido especialmente para ele, de acordo com sua capacidade atual, ritmo de aprendizagem e metas a atingir.


Ao chegar pela primeira vez no Kumon, o aluno resolve um Teste Diagnóstico para determinar como estão seus conhecimentos e em que ponto do material didático deve começar. Com o resultado, ele começa de um “ponto de partida fácil”, ou seja, a partir de conteúdos que domina e conhece. Isto lhe permite sentir o prazer de aprender e a ter autoconfiança.
Para desenvolver as atividades, os alunos freqüentam a unidade Kumon duas vezes por semana e levam para casa tarefas que os ajudam a continuar avançando no aprendizado. Essas tarefas, que possuem conteúdo semelhante ao que foi passado na unidade, são uma continuidade da aula e devem ser resolvidas em no máximo 10 ou 15 minutos. Esta prática diária vai desenvolvendo pouco a pouco nos alunos o hábito de estudo e a disciplina, onde com o mínimo de esforço consegue-se o máximo de resultado.


Este método torna o aluno mais organizado, à medida que administra as tarefas da escola e outras atividades do dia (esportes, outros cursos etc.). Ao marcar o tempo, o aluno se concentra na resolução, assimilando muito bem o conteúdo, tornando o estudo eficaz, desenvolvendo concentração, rapidez e precisão.

Para garantir a assimilação total, existem revisões do estudo, assim, o aluno tem a chance de dominar completamente o assunto, avançando para o conteúdo seguinte com muita segurança e tranqüilidade, sem deixar para trás defasagens ou falhas de entendimento.
No momento de avaliar os exercícios, o orientador assinala a questão com erro e deixa que o aluno encontre o ponto onde está e o corrija por si só. A autocorreção no Kumon, é uma oportunidade para o aluno aprender com os próprios erros e superar-se.
No desenvolvimento da autonomia, uma parte importante é a capacidade de traçar metas e estabelecer caminhos para alcançá-las, a curto (diária), médio (mensal) e longo prazos (anual). O acompanhamento das metas traçadas, geram no aluno disciplina, organização e responsabilidade.
Ao avançar no material, o aluno aprende assuntos que ainda não viu na escola valendo-se de tudo que já assimilou, da sua capacidade de raciocínio, da observação de dicas e exemplos no material, da sua autoconfiança e postura de enfrentar coisas novas. Ao invés de esperar passivamente que o novo assunto lhe seja ensinado, o aluno aprende a ter a iniciativa de conhece-lo sozinho. Sabendo como aprender, não existirão limites para que o aluno se desenvolva sempre que quiser, em qualquer área.
De uma maneira natural e sem pressões, os alunos aproveitam seu potencial e se adiantam em seus estudos em relação à escola. Assim, ao chegar ao Ensino Médio, estarão mais tranqüilos e capazes de enfrentar com maior propriedade os exames vestibulares.

quarta-feira, 25 de abril de 2007

Para o país que eu quero? Qual tipo de educação preciso?

Vou abrir lista de depoimentos desse importante blog, com algumas concepções próprias sobre a educação de nosso país, junto com alguns fragmentos de matérias, acerca desse assunto, de autores importantes do meio acadêmico.

Nossa sociedade esta mudando rapidamente seus costumes, por diversos motivos. A questão é que não estamos pensando nossa sociedade para o futuro...

Atualmente, nos passam a idéia de que o sistema de ensino deve propor pacotes de ensino para serem "aplicados" para as pessoas aprenderem a resolver seus problemas. Não se dá a devida importância para a participação na Sociedade Civil. A referência agora da educação é o Mercado, não mais, a cidadania, exemplo disso: as reformas educacionais, muito mais voltados para a compra de equipamentos do que projetos educativos em seu sentido estrito.
A mudança necessária deve começar pela cabeça de nossos governantes, que estão com uma concepção "fordista" da qualidade. Ensina-se muito e aprende-se pouco. Aprender, nessa visão instrucionista, é "aceder", ter acesso a computadores, a uma informação. Aprender é identificar informações e saber utilizá-las em algum momento. Esse é o conceito atual de qualidade na educação. Ensinar se reduziria a aplicar uma receita, a saber manejar um repertório de técnicas.

Nessa “educação”, o professor é apenas um "facilitador", um "aplicador" de textos: "hoje vamos estudar da página 13 à página 18". Nada mais. O docente "passa" de uma página para outra, e avança, conforme a aplicação das páginas do texto. Qualquer pessoa pode "passar" de uma página para outra. Não precisa tanto tempo para se formar. Na verdade, nem precisa ser "professor". Precisa ser apenas expert na aplicação de provas. O professor não seria mais necessário. Precisaríamos apenas de bons textos didáticos e de computadores.
Essa seria a festejada educação "para todos". Já, para as elites, ela seria diferente. Para as elites haveria necessidade de professores, para formá-los como "governantes". Para as classes populares que freqüentam a escola pública, que precisam apenas "ser informados", os professores seriam cada vez menos necessários.

E os professores nessa história toda?

Os professores estão excluídos de toda discussão do tema da qualidade da “educação”. Eles não têm voz.
Porém, ele deveria ser o principal elo de uma mudança estrutural profunda e qualitativa, pois o docente assumiria um papel mais dirigente, e sua formação social e política deveria ser ampliada, para que ele pudesse se transformar em uma liderança, exercendo a cidadania, e formando para a cidadania. Ele precisa acolher a informação, despertar no aluno o desejo de aprender, construir o sentido do mundo. Só assim os estudantes verão sentido na escola, já que a quantidade de informações, que atualmente está disponível na internet, é incalculável e ele já tem acesso.

Abraço,
Joelson Cardoso

Gravataí City - blog do Joelson Cardoso (acesse o link abaixo))